História

Elementos de investigação histórica mostram-nos que estas termas foram exploradas e as suas áreas aproveitadas por diversos povos da pré-história.

Os Romanos teriam feito o seu aproveitamento terapêutico se atendermos à análise de vestígios encontrados nas imediações como falam as moedas e pedaços de cerâmica característica encontrados no local, a tina quadrada aberta na rocha junto à nascente do rio, a estrada ou via romana que junto a eles passava de que restam ainda pedaços de calçada na subida para Carlão e a ponte que liga as duas margens do rio Tinhela aos dois concelhos, Murça e Alijó, a escassos quinhentos metros a jusante das Caldas de Carlão, modificada é certo por uma reconstrução em 1860, pois a grande enchente de 1739 destrui-a em grande parte.

No ano de 1810, o Dr. Francisco Tavares, médico de Dª. Maria I, na sua obra “Intruções-Cautelas-Práticas” faz descrições destas águas pondo em evidência a sua sulfuração.

Mais recuado, no ano de 1758, o Padre Luís Cardoso diz nas suas “Memórias Paroquiais” que estas águas nasciam das grandes fragas e eram usadas pelas gentes vizinhas como remédio para várias doenças, que para isso abrigavam-se em cabanas de ramagens.

Em 1889 o departamento de minas organiza uma lista de águas minério-medicinais para figurar na exposição e Paris, nela estavam incluídas as Caldas de Carlão.

O Dr. Alfredo Luís Lopes (1892), diz que são provavelmente sulfúreas férreas, atendendo-se ao sedimento deixado na sua passagem e com proveito, empiricamente usadas no tratamento de reumatismo.

Em 1932 foi vistoriado o local das nascentes por um funcionário da Direcção Geral das Minas, verificando que estas se encontravam em exploração ilegal e em lastimoso estado higiénico, sendo os banhos ministrados em banheiras de madeira ou zinco.

Em 1938 as águas foram analisadas pelo professor Pereira Salgado que concluí serem águas hipossalinas, sulfidratadas, sódicas, carbonatadas, alcalinas, levemente cloretadas.

O Dr. Bulas Cruz através de um magnífico trabalho publicado em 1942, refere-nos a existência de um conjunto de quatro nascentes principais: a do Banho ou a Bica de Cima, a do rio, a dos olhos e a da vinha. Paralelamente acrescenta que a nascente principal (a do Banho) tem um caudal de 36000 litros/dia, enquanto as outras fontes brotam em média 5000 litros/dia.

A primeira análise mais completa que serviu de base para a entrada em funcionamento do balneário das Caldas de Carlão foi feita pelo Instituto de Hidrologia de Lisboa.

Foram efectuadas “in loco” colheitas no dia 27 de Dezembro de 1982. O resultado desta análise prova que á uma água fluoretada, bicarbonetada, sulfuretada, sódica, alcalina, redutora, indicada para doenças de pela, reumáticas, músculo-esqueléticas e vias respiratórias.

A utilização da água termal na cura de doenças, associada ao seu aproveitamento em espaços de lazer, acompanha o Homem durante toda a sua história.